terça-feira, 15 de outubro de 2013

Blá, blá, blá

Uns dias atrás, quando fui resolver alguma coisa da minha “não adaptada vida de adulto em bancos”, em um shopping perto de casa, acabei tendo alguns devaneios não muito otimistas. Ah, como eu me julguei por isso! Tanto tempo me reconstruindo para virem pensamentos como esses? Mas talvez eles não sejam ruim por completo, posto que esse suposto “negativismo” está me fazendo repensar. Okay, vou me explicar melhor!
NÃO FAZ SENTIDO! Passar 10/8/6 horas diárias da sua vida trabalhando dentro de uma sala cercada de concreto e ar impuro condicionado por um aparelho qualquer (mas sabiamente projetado para lhe causar o conforto momentâneo necessário). Principalmente quando esse emprego não é o que você sonhou para você. E daí você ganha dinheiro e vai gastá-lo comprando penduricalhos para “enfeitar” o bendito corpo (sejam 10000 roupas, 67 brincos, 14 chapéus, 50 óculos, e etc.), e vai se preocupar em ter tudo do melhor (carro do ano, uma mega casa, ...), e vai pagar contas (água, luz, telefone, gás, faturas de cartões), e vai bombardear seu corpo comendo quantas porcarias forem possíveis (sendo estas vendidas como saudáveis ou como porcarias assumidas mesmo). E daí se passam alguns anos e você talvez envelheça e morra. É, MORRA! E aí, o que realmente fez sentido na  sua vida? No que tudo isso lhe levou? Você zombou de algum cara que não estava bem vestido em algum evento social. Você foi complacente  algum morador de rua pelo qual você passou e nem olhou nos olhos. De que adianta o tempo que você dedicou comprando produtos para ter um belo corpo?
É um mundo pautado de valores dos quais eu, sinceramente, entendo cada dia menos. Preciso deixar claro que pensar a respeito de tudo isso AINDA não foi o suficiente para conseguir me libertar de toda essa hipocrisia que é o mundo capitalista. É socialmente incorreto pensar de maneira oposta. E magoar meus pais com uma nova ideologia de vida ainda me trava bastante, por enquanto (por isso estou tentando divagar meus pensamentos na cabeça deles em doses homeopáticas, para não machucar).
Existe uma briga interna em mim que tenta me esclarecer o que de fato eu quero, e o que não; o que é certo ou errado para mim; o que devo aprender; o que devo abandonar...
Quero os meus dias de completa epifania de volta, já!

Eu acho que seria mais feliz no tempo de Adão e Eva...

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Leve

   Era uma vez um menino leve... É, leve! Talvez você não tenha tido a sorte de conhecer alguém nesse mundo assim. E isso não significa não ter preocupações, porque sim, ele as tem. Mas é fazer com que nada disso interfira na sua vida, no seu jeito tranquilo de ser. Ele, apesar da sua “pouca idade”, me ensinou mais que qualquer outra pessoa, uma forma de bem-viver. E não que ele tenha sido um professor propriamente dito (não da forma tradicional de ensinar), mas me ensinou da melhor forma possível: vivendo, sendo exemplo!
   Vivi com ele momentos loucos, divertidos, de boas conversas, troca de confidencias, troca de energias, conhecimento de novas qualidades. Os convites eram os mais inesperados possíveis: como ir ver estrelas. Voltei a ser adolescente, saindo de casa para “ir a farmácia”, e rodar o meu bairro a pé, segurando a sua mão. Andar sem preocupação no meio do shopping, depois de assistir um filminho bem mais ou menos.
   Claro que facilitou eu já está aberta para a mudança. Mas ele foi essencial! Foi peça chave para que eu me tornasse o que estou hoje. Aprendi a ser leve, a ponto de ele me chamar de leve. Não sabendo ele que é responsável por boa parte dessa leveza que sentiu em mim.
    Com tudo o que vivemos aprendi muito mais sobre mim, muito mais sobre o que quero para a minha vida, muito mais sobre quem quero na minha vida. Tudo o que é ligado a um estado de paz inigualável a quando estávamos trocando energias, podendo ser numa simples conversa olho no olho, ou ao segurar sua mão, acariciar seu cabelo, apertar suas bochechas.
   E havia muito em comum, como a vontade de viver de uma forma completamente diferente a que fomos criados para ser, com uma vidinha burocrática, onde se ganha dinheiro de maneira chata, e se gasta dinheiro de maneira chata. Viver numa pequena colônia, ou em todas as colônias de beira de praia, fazendo qualquer coisa que deixasse feliz para ganhar o dinheiro suficiente para ficar vivo, já era completamente suficiente.
   Mas existe o mundo, e tudo o que há para se viver. E enquanto vamos andando, deixe o mundo girar...
   E o texto começa com era uma vez, remetendo a um conto de fadas, que não o é. Não necessariamente. Não que o candidato a príncipe não tivesse qualidades para assim ser, porque ele tem, e muitas. Mas sim porque conto de fadas requer muitas pró-formas, e promessas. E não é assim conosco. Nós amamos a liberdade, a qual, de fato, foi experimentada no nosso encontro. Sim, encontro, porque não é possível que seja acaso duas pessoas que tanto deram certo terem se encontrado por acaso (eu não acredito em coincidência). Tem a mão de Deus aí... Deixamos tudo acontecer, sem encanar de como seria o amanhã.
   Ele me mudou, ele me transformou, ele ensinou um novo jeito de ser feliz. E agora? Agora eu sinto uma saudadezinha deliciosa dele, e do jeito de ser. De toda a nossa afinidade. De toda a nossa troca. E por mais que eu fale em gratidão para ele, sempre será imensurável o tanto que agradeço aos céus pelo nosso encontro.  

   E foi assim que ele se tornou minha inspiração de como bem-viver, e de pessoa com as qualidades ideais que eu visualizo para estar ao meu lado.